$TotalRegistrosAcesso = "1"; $TotalRegistrosAcesso = "1";

Best Audio Books

advertising

O Último Palpite

{Artur Azevedo}
[Language: pt_br]
advertising
Lembrou de alguém? Compartilhe!

Contos volume 2 (Artur de Azevedo)


O Último Palpite

O caso que vou narrar não é inventado; passou/se, não há muito tempo, no bairro do Engenho Velho.

Havia ali uma família que se deixou dominar pelo jogo do bicho, a ponto de não pensar em outra coisa. Desde pela manhã até à noite havia naquela casa dois assuntos exclusivos de todas as conversas: o bicho que tinha dado e o bicho que ia dar.

O chefe da família era um cardíaco, e quero crer que foram as emoções do jogo que o atiraram na cama para nunca mais se levantar.

Momentos antes de morrer, o pobre homem, cercado pela mulher e os filhos, acenou como se quisesse dizer alguma coisa. A senhora debruçou/se sobre ele, e o moribundo, fazendo um esforço supremo, proferiu estas palavras:

Joga tudo no cachorro!

Cinco minutos depois exalava o último suspiro.

A viúva, na ocasião em que, debulhada em lágrimas, dava as necessárias ordens para o enterro, lembrou/se, por pegar em dinheiro, da recomendação do defunto; chamou o copeiro e disse/lhe:

— José, vai jogar dez mil/réis no cachorro. Não creio que dê, porque ainda anteontem deu, mas devo respeitar o último palpite do meu marido. É um palpite sagrado!

Toda a vizinhança soube da coisa, e não houve bicho careta que não jogasse no cachorro. Os bicheiros do bairro levaram um tiro, porque efetivamente foi o cachorro que deu.

Quando vieram trazer os duzentos mil/réis à viúva, ainda não tinha saído de casa o cadáver do marido.

Ela ficou desesperada, e, abraçando o caixão, exclamou entre lágrimas, com grande espanto das pessoas presentes:

— Perdoa, Manuel, perdoa! Tu me disseste que jogasse tudo no cachorro, e eu joguei apenas dez mil/réis! Agora vejo que estavas inspirado pela bondade divina, e querias deixar tua família amparada!... Recebi apenas duzentos mil/réis! Perdoa Manuel, perdoa!


--- Provided by owpoga.com ---




Contos, volume 2

"O caso que vou narrar não é inventado; passou-se, não há muito tempo, no bairro do Engenho Velho.

Havia ali uma família que se deixou dominar pelo jogo do bicho, a ponto de não pensar em outra coisa. Desde pela manhã até à noite havia naquela casa dois assuntos exclusivos de todas as conversas: o bicho que tinha dado e o bicho que ia dar..."

Artur de AZEVEDO (1855 - 1908)

Artur de Azevedo foi um dos principais autores de teatro no Brasil do século XIX. Dando continuidade à obra de Martins Pena, consolidou a comédia de costumes brasileira, sendo no país o principal autor do teatro de revista, em sua primeira fase. Sua atividade jornalística foi intensa, devendo-se a ele a publicação de uma série de revistas, além da fundação de alguns jornais cariocas. Ficou também conhecido por suas crônicas e contos, sempre cheios de humor. Esta coleção é uma recolha de seus contos, publicados, em sua maior parte, no livro Contos Possíveis, de 1908;

Genre(s): Short Stories
Language: Portuguese
librivox.org

BEST AUDIOBOOKS { BaudBoo } Education [ Public Domain ] To listen & learn languages like a child.
FOLLOW: https://twitter.com/bestaudio_books
Play My Games : https://play.google.com/store/apps/dev?id=7396136443061298892

Donations : https://pag.ae/bchzq0M (PagSeguro)

#listen #Learn #listening #audiobooks #TYAB #audible #literature #audible #free #bestaudiobooks #Visuallyimpaired #visual #art #education
Autor: Artur Azevedo
Idioma: pt_br
294.533 
FecharX
NewsLetters
Espaço Publicitário



 
Owpoga
*® Este sistema e todo seu conteúdo estão protegidos pelas leis de direitos autorais (registro de programa de computador) 2015

Este site utiliza cookies para obter dados estatísticos da navegação de seus usuarios. Se continuar navegando consideramos que aceita seu uso.